quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Análise: Two - Voyeurs (1997) - (projeto solo do Rob Halford)

Análise:

1. I am a Pig

Logo no primeiro track, me pergunto, porque será que as pessoas criticam tanto o CD? I am a pig tem um riff muito legal, que fica na cabeça, lembrando até mesmo coisas do Fight, mas com roupagem eletrônica.

Acredito que se não houvesse timbres eletrônicos, mas a faixa fosse igual, e fosse um CD do Fight, talvez não tivessem criticado tanto.

Bela abertura! E ainda tem solo, não virtuoso como os dos guitarristas do Judas, mas adiciona um colorido à música. A voz já mostra que não é super aguda e agressiva, é um lado mais "cool" do Rei do Metal.

2. Stutter Kiss

Misture um clima Nine Inch Nails, na bateria, com o tremolo de How Soon is Now do Smiths e uma distorção que lembra White Zombie (o próprio riff de guitarra lembra). É mais ou menos essa música, e o vocal é super calmo, lembrando coisas grunge.

Criativo ou não? A guitarra faz presença aqui, como sempre, um riff simples, sossegado, cadenciado, mas pesado. O refrão também gruda facilmente na cabeça.

Ótima música! Ironicamente, nove anos depois, a banda Shinedown (que é meio pós-grunge) tem um riff praticamente igual na música "Heroes" (de 2006).

3. Water´s Leaking

E não é que o mestre andou escutando Alice in Chains? É o que parece... aliás, ela chega a lembrar um cruzamento bizarro do Alice in Chains com o Jane´s Addiction (instrumental de um, vocal de outro) e tem um quê de White Zombie, e uns "scratchs" com guitarra, mais ou menos Tom Morello.

Ponto pro Halford!

4. My Ceiling´s Low

Uma faixa mais "pensativa’, com levada eletrônica, chega a lembrar Killing Joke, mas ainda parece que a maior influência do Rob Halford é o próprio Nine Inch Nails e o White Zombie".

A música é super acessível, daria até para tocar no rádio, contando com um riff pesadinho, remanescente do grunge.

5. Leave me Alone

Essa aqui parece Static-X! E a banda nem existia ainda... é Halford não inventou só o Heavy Metal pelo jeito. Ele tem talento para a coisa! Poxa, que pena que não houve um 2wo número 2 (trocadilho tosco), mas realmente, aqui ele faz um som que poderia ser feito de 2003 em diante.

É como se o som fosse Rob Zombie, mas cantado a falta de vontade do Kurt Cobain (!) e o resultado é ótimo, despretensioso, debochado.

6. If

Faixa bizarra, batidas Marylinmansonescas, susurros, um vocal não muito inspirado, e praticamente sem guitarras. Não empolga muito, é a mais fraca do disco.

7. Deep in the Ground

Faixa interessantíssima, o disco recupera o fôlego. Como descrever essa faixa? Ela soa rock´n´roll antigo, dos anos 60, 70, meio The Who, mas ao mesmo tempo com um quê de Stone Temple Pilots, e roupagem eletrônica!

Faixa interessante, e chiclete também!

8. Hey, Sha La La

Faixa estranha, com linha de baixo esperta, meio "groovy", um industrial leve, interessante. Soa como se o Scott Weiland na época dos Stone Temple Pilots cantasse sobre uma base do Nine Inch Nails, e com um refrãozinho com puta potencial pop. A mais viciante do disco.

9. Wake Up

Essa faixa tem um refrão meio infantil, parece uma música que alguma criança cantaria alegremente, legal pra cacete! Eletrônica, com baixo carregado, um riff de guitarra ensolarado, não sei descrever, mas é ótima!

Acho que é o primeiro som industrial alegrinho que já ouvi na vida (já que o estilo normalmente é sombrio) ótima faixa!

10. Gimp

Baixo acentuado, guitarra com barulhinhos atrás, chega a lembrar coisas que o Korn faz atualmente. Um riff bem marcado, e o vocal lembram coisas do segundo disco do Fight (A Small Deadly Space) misturadas com coisas velhas do M. Manson (que eram ótimas na época) e um refrão bem assobiável. Muito boa!

11. Bed of Rust

Música bem esquizofrênica, meio sussurrada, esquisita, mas tem um clima legal para fechar o álbum. Logo em seguida entra um vocal mais normal, não há muitas variações, ao final da faixa, nas ultimas estrofes, uma guitarra entra para acompanhar a música, e o final tem somente uma bateria eletrônica. Estranhíssima música, mas fecha o álbum de forma muito concisa. _________________________________________________

Conclusão:

Criativo, diversificado, ousado, diferente. Muito melhor do que os álbuns do Priest com o Ripper Owens (ótimo vocalista, para o Iced Earth, não para o Judas, onde não passou de um imitador barato)

Muitos fãs são cabeças duras e não reconhecem o trabalho por ignorar a ousadia contida no trabalho. Adoro metal clássico, mas acho que o novo pode conviver com o velho numa boa!

Outro ponto interessante: agora, em 2007, o álbum ainda soa atual, 10 anos depois de seu lançamento, e melhor do que muita porcaria genérica feita hoje em dia.

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