Todo mundo conhece o Kiss pelas máscaras, pela língua do Gene Simmons, nos dois sentidos, a língua que cospe sangue e a língua que fala besteiras por toda a imprensa! Realmente, sua principal função hoje em dia é falar, falar, fazer reality show, falar, falar mais um pouco, ganhar dinheiro em cima de merchandising (como sempre) etc. Bem, voltando ao Kiss!
Todos conhecem a banda pela língua e visual demoníaco de Gene Simmons, o visual glam de Paul Stanley as prezepadas, solos e pirotecnias de Ace Frehley e as batidas básicas e carisma de Peter Criss. Claro, tem outras formações também, mas como estou falando da formação clássica, e de um álbum que é quase da formação clássica não vou ficar explicando aqui quem são Mark St. John, Bruce Kulick, Tommy Thayer, Eric Singer, Vinnie Vincent, entre outros substitutos.
Embora a formação com Bruce e Eric para mim seja fantástica e tenha rendido dois belos álbums: Carnival of Souls e Revenge. Mas isso é outra história. É fato que o Carnival of Souls também terá um review aqui pois é, junto com o The elder, o segundo aálbum mais injustiçlado da história do Kiss. Tudo bem, o Kiss virou mesmo uma palhaçada hoje em dia, tá mais pra circo com Tommy Thayer imitando Ace e Eric imitando Peter Criss.
Enfim, vamos ao que interessa. Se o Kiss é espetáculo, teatral entre outros adjetivos, porque não ser épico também? Foi exatamente o que a banda quis fazer. Considerada, de certa forma, tosca por muitos, a banda quis se refinar e resolveu fazer um álbum conceitual! COnsiderado por muitos o maior tiro no pé da banda (embora qualquer outro cd deles dos anos 1980 seja pior, mas tudo bem). Neste disco a formação era: Paul Stanley, Gene Simmons, Ace Frehley (em termos, já estava chutado da banda praticamente) e Eric Carr (excelente baterista que morreu de câncer em 91, que Deus o tenha).
Com reviews de duas estrelas pela Allmusic e Rolling Stone e a incrível marca de 0 pelo site indiezinho-descolado-porco-venerado-por-muitos Pitchfork eu considero o The Elder um dos melhores álbums do Kiss. E é dele que farei uma review inspirada agora! Faixa-a-faixa:
1. The Oath
Não sei que raios que vêem de diferente aqui em uma faixa do Kiss. A energia é a mesma, o refrão com falsetes é ligeiramente mais épico do que as coisas que Paul Stanley canta. É um tanto diferente, mas é Kiss puro.
2. Fanfare
Faixa instrumental, dá o tom do disco, e abre com uma melodia que será reprisada em algumas faixas. É a melodia do refrão de "Just a Boy" e de um solo em "Only You". Orquestrada, interessante, teatral. Nunca encontrada antes em um disco do Kiss. A coisa mais épica que havia num disco da banda era a música Great Expectations do magnífico Destroyer, de 1978. Bela faixa.
3. Just a Boy
Aqui começa a ficar estranho, e é isso mesmo que eu gosto. Paul Stanley canta como se fosse mesmo "somente um garoto" e sobre sua missão, é como se fosse sua crise de identidade. Musicalmente é algo inexplicável, é como se o Kiss realmente estivesse fazendo um musical, inclusive com melodias de guitarras dobradas e violões em um estilo folk/épico. Fantástica!
4. Dark Light
Ace, o próprio, que quebrou o disco assim que o ouviu, e mal participou, mas registrou seus vocais bêbados-porém-muito-cool nesta faixa, que conta com riffs quebrados e suingados. Soa como se o Kiss tivesse um riff funk ao fundo e vocais recitados de Ace, algo meio Bob Dylan do espaço! Faixa legal, com muita energia.
5. Only You
Música fantástica com linha de baixo acompanhando os vocais de Gene Simmons e baterias pronunciadas de Eric Carr, além de partes com sintetizadores vocais em uma pont e mudanças de ritmo repentinas. Música estranhíssima porém muito agradável.
6. Under The Rose
Aqui Gene dá o tom novamente, com vocais incrivelmente suaves. A música vai crescendo, com baterias em tom de fanfarra de guerra medieval e vocais igualmente épicos no refrão. Esta é a música que mais me impressionou do Kiss ao ouvi-la pela primeira vez. Realmente impressionante e injustamente criticada. Muito melhor do que QUALQUER OUTRA BALADA DA FASE 80! Incluindo Forever. FALEI!
7. A World Without Heroes
Quem gosta do Kiss e não gosta dessa música é suspeito. Até no acústico ela entrou, ignoraram até o fato de que eles mesmos odeiam o álbum e a colocaram, em uma versão acústica impressionante. Único clipe do álbum, que por sinal nem tour promocional teve, somente algumas aparições na TV européia, a música fala do Pai do Gene. E tudo com direito a uma letra emocionante e lágrima do Gene, maquiado com cara de mau, no final do vídeo! LINDO ISSO!
8. Mr. Blackwell
Essa música assusta porque começa do nada. Literalmente, é a música mais estranha do Kiss, nem sei dizer com o que ela é parecida. É super progressiva e tem uma linha de baixo pronunciada, reta, mas que soa muito bem.
9. Escape From The Island
Instrumental animada, com direito a sinene e tudo (simbolizando a fuga da ilha, como o nome diz) nada de muito diferente, seria legal se tocada no começo de shows.
10. Odyssey
Sem dúvida a faixa mais linda de todo o disco. Até eu, fã do disco, quando ouvi pela primeira vez odiei. Pensei "Putz, Paul Stanley querendo ser Frank Sinatra ou algo do tipo". Pois é, exatamente isso, é Paul Stanley e cia. se levando a sério. Dá até arrepio quando o Paul entoa "From the far of Galaxy... I hear you calling me...". Se fosse qualquer outra banda tocando muitos venerariam a faixa. Hoje em dia é minha preferida do álbum, tem passagens lindas, um solo memorável, enfim, uma das melhores faixas da história do Kiss, não só do disco. Excelente!
11. I
Kiss, banda notória por ser anti-drogas, principalmente pela parte de Paul e Gene, judeus bem comportados, que sempre foram contra isso tudo. Sabe-se que Ace e Peter são chegados num "Mé" (bebida), e sobre Eric Carr eu não sei dizer qual era sua postura em relação às drogas. Pois essa música além de muito legal é praticamente um hino anti-drogas. "I Believe in me!" entoam Gene e Paul, dizendo, "Eu acredito em mim!" ressaltando que as pessoas não precisam de drogas para terem uma vida boa, para acreditarem nelas mesmas. Impressionante final para o disco, já que o mesmo fala de um herói, e os verdadeiros heróis não precisam de substâncias para sê-los. Eu acredito em mim, assim como eles dizem, e concordo com a mensagem. Faixa excelente!
Aqui termina minha review do Music From the Elder, álbum para qual eu dou nota 10. É, isso mesmo, para mim é 10. Melhor do que Crazy Nights, Psycho Circus Garcia, Hot in the Shade e muitos outros. Voltarei com mais reviews o mais breve possível!
Stay tuned for more happy days!
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Kiss - Music from the Elder (1981)
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